sexta-feira, 15 de abril de 2011

Será que tenho compulsão alimentar?

Compulsão alimentar
:: Conceição Trucom ::

Praticar atividades que dão prazer é saudável. Mas a situação muda quando a busca de prazer se torna tão imperativa que a pessoa perde o controle. É algo irracional que pode afetar qualquer um. Geralmente são pessoas perfeccionistas, severas e rígidas, apesar de dotadas de uma personalidade cheia de traços positivos, mas que não conseguem controlar seus impulsos: pecam na hora de tomar a decisão de parar ou nem começar e não conseguem priorizar, nem planejar nada para debelar tal comportamento.
Tais pessoas são portadoras do que os psiquiatras chamam de transtornos da impulsividade. A pessoa se sente obrigada a realizar a compulsão para esquecer seus problemas; seus vazios – verdadeiros ou não.

A compulsão alimentar se caracteriza pela ingestão de grandes quantidades de alimento, mesmo quando a pessoa não está com fome. Ela come por ansiedade, estresse ou outra emoção negativa, como a frustração e a inadequação.

Compulsão alimentar é um transtorno sério que afeta 3 a 5% dos homens e mulheres americanos. Ela tem base em quadros de ansiedade e muitas vezes pode fazer parte de um diagnóstico de depressão.

Características da compulsão alimentar:

1. Ingestão de grande quantidade de alimentos num período curto de tempo. Existem casos de pessoas que chegam a ingerir 5.000 calorias em um período de 2 horas (compulsões graves). Estes episódios são chamados de ataques de compulsão alimentar e não são motivados apenas por uma fome orgânica. Mesmo que exista a fome orgânica, "gatilhos" de fundo psico-emocional, normalmente ligados ao afeto e ao humor, também estão essencialmente acontecendo; SIM,ISSO ACONTECE COMIGO

2. Sensação de descontrole e impotência. O que leva uma pessoa a cruzar a linha que separa o comportamento não-compulsivo do patológico é uma dúvida que nem os médicos sabem responder. Mas existem estudos que relacionam esta doença às funções da região pré-frontal do cérebro e se acredita que o transtorno é conseqüência de um desequilíbrio neuroquímico. SIM, ISSO TAMBÉM

3. Preferência por alimentos mais calóricos como doces, frituras e massas; AFF ... SIM

4. Comer mais rápido do que o normal, na maioria das vezes não deixando tempo para apreciar o sabor dos alimentos; PRINCIPALMENTE DOCE ... PARECE QUE O MUNDO VAI ACABAR E NÃO VAI DAR TEMPO DE TERMINAR DE COMER

5. Comer até acabar o prato, a embalagem, se sentir cansado ou com mal-estar. A sensação física de desconforto grastrointestinal é freqüente e resulta do grande volume de alimento ingerido. VERGONHOSO, MAS... SIM

6. Comer escondido por vergonha. O isolamento social ocorre pela aparência física (é comum casos de obesidade e obesidade mórbida), como pelo tempo para executar e se recuperar dos ataques de compulsão. SEMPRE, PRINCIPALMENTE DOCE

7. Após o episódio compulsivo, surgem sentimentos de culpa, frustração, além de auto-rejeição o que causa cada vez mais baixa auto-estima. São freqüentes e comuns os sentimentos de vergonha, autodepreciação, culpa, ansiedade e depressão. LÓGICO

A conseqüência mais evidente da compulsão alimentar é o aumento de peso. A maioria apresenta excesso de gordura corporal e obesidade em graus variados, o que freqüentemente resulta em complicações médicas como doenças cardiovasculares, hipertensão, colesterol e triglicérides elevados, diabetes tipo 2 e gota.

O que fazer?

Existem duas razões básicas para o alimentar-se: nutrição e prazer. Portanto, alimentar-se é uma decisão consciente.
Comer é colocar qualquer coisa goela abaixo. Pode não ser uma decisão consciente.

Na compulsão nem a nutrição, nem o prazer estão presentes. Geralmente, as escolhas não são benéficas ao organismo e não existe uma satisfação, pois caso existisse aconteceria a saciedade.

Reconhecer que existe um problema. Reavaliar suas crenças sobre a finalidade da alimentação. Cabem 2 perguntas básicas:
1. Que buraco estou buscando tampar com esta compulsão?
2. Que necessidades estou tentando satisfazer através da comida?

Importante perceber que a pessoa pode ter vontade de comer, sem necessariamente estar com fome. Por isso, se dar a oportunidade – o tempo – para dialogar com o seu corpo e observar se o que você sente é fome, ou pode ser solidão, tédio, frustração, incapacidade afetiva, etc.

Todos os casos de compulsão, até os mais graves, são tratáveis. Entretanto, o tratamento é multidisciplinar:
• Um psicólogo irá ajudar o paciente a descobrir os "porquês" do seu comportamento compulsivo e novas maneiras de lidar com as questões psico-emocionais que desencadeiam este tipo de comportamento. Existem relatos de pessoas que se curaram com tratamentos tipo compulsivos anônimos.
• Um nutricionista é indicado para a reeducação e planejamento alimentar.
• Atividades físicas, de lazer, de relaxamento, de meditação e artísticas também serão importantes, não só para desviar a atenção, como também para provocar uma nova alquimia no corpo e no cérebro.
• Ao mesmo tempo, em último caso, ou seja, dependendo do grau, existem novos medicamentos que são úteis na redução da compulsão e no controle dos transtornos associados como a ansiedade e a depressão, que podem ser indicados por um médico.

O que não fazer?

Não faça dietas restritivas e sem a orientação de um profissional qualificado. Muitas vezes, a compulsão alimentar é desencadeada por dietas restritivas.
Não se automedique com drogas para emagrecer, pois elas podem complicar o quadro, muitas vezes de forma irreversível ou letal.
Se isolar socialmente, pois tal comportamento só retroalimenta os ataques de compulsão.
Não faça as suas compras quando está mais fragilizado emocionalmente. O que você comprar você irá comer. O certo é ter uma despensa sem muitas tentações.
Jamais deixe de buscar ajuda. Lembre que a ótica do seu cérebro não é real.

Fatores de risco

Genéticos: ainda estão sendo estudados, mas já foi comprovado que existe a influência genética hereditária. Estudos já demonstram que a incidência de transtornos alimentares em gêmeos idênticos é maior do que em gêmeos fraternos.

Ambientais: fazer parte de lares ou culturas onde existe um grande consumo de comida, ou onde as pessoas usam a comida como fator agregador.

Metabólicos: segundo algumas pesquisas, certas pessoas apresentariam uma espécie de falha no sistema de saciedade. Esse sistema é o responsável por pararmos de comer quando nos sentimos satisfeitos. No caso do compulsivo ele só receberia no cérebro esse estímulo para parar de comer, indicando que o apetite já foi satisfeito, tardiamente. O que faria com que tivesse que comer mais do que as outras pessoas para se sentir satisfeito.

Culturais: compartilho a opinião do psicólogo Elias Korn, do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Unifesp, que o descontrole compulsivo é uma consequência da sensação de aprisionamento do homem, que precisa seguir regras rígidas no trabalho e em casa. Segundo ele: "a compulsão é uma tentativa de recuperar a autonomia". Ao mesmo tempo existe uma apologia ao consumo selvagem, principalmente de alimentos “vazios” e "engordativos".

Psicoemocionais: a compulsão alimentar é uma doença "do organismo como um todo", que compromete o físico, o humor e, em conseqüência, o pensamento. Ela altera a maneira como a pessoa vê o mundo e sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas. Ela é, portanto, como a depressão, uma doença afetiva ou do humor.

Webgrafia:
Compulsão Alimentar: http://gatda.psc.br/compuls%C3%A3o.htm
Compulsão transforma prazer em obrigação: http://www.mensa.com.br/pag.php?p=18


... Meu relato

Desconfiei que talvez apresente um quadro de compulsão esta semana, em que estou buscando fazer tudo o mais certo possivel.
Teve horas que eu queria comer muito doce (a minha compulsão é doce)acho que por restringir, eu sentia uma coisa tão ruim só de pensar em não poder comer o bendito que nossa que coisa horrorosa .... então que na segunda eu sai do serviço e comprei 1 pacote de chocolate Twix que continha 3 envelopes com 2 barras cada, comi as 3 escondidas do marido .... na terça sai no horario de almoço e passei numa loja de sobremesa e comprei 01 doce mesclado (brigadeiro + beijinho) e 1 morango coberto com chocolate e comi os 2 de uma unica vez .... e hoje comi mais 03 envelopes de twix de uma unica vez.
Sinto muita vergonha disso, tanto que sumo com o papel, tipo, se estou em casa, como e enrolo o papel no papel higienico para colocar no lixo (de medo-vergonha do marido ver), sinto que o peso da minha consciencia fica muito maior que o peso do meu corpo... complicado, muito, mas creio que estou a caminho da cura, pois o mais importante é eu reconhecer a minha fraqueza e buscar tratamento, o que estou fazendo, estou na academia desde de Janeiro/2011, estou o cartão de um nutricionista esportivo (que só tem agenda para o final do mês que vem), agora só falta o psicologico, mas eu não tenho $$ para bancar tudo isso, então vou procurar aqui na minha cidade se tem algum grupo de comedores compulsivos anomino .... eu preciso de ajuda então vamos engolir o orgulho e busca-la.

3 comentários:

Giovana disse...

Passando pra desejar um ótimo fds light!
Bjim

Rumo aos 60!!! disse...

Oi, cheguei ate aqui atraves do blog da Val.
Me identifiquei demais com vc nesse post.
Eu tambem como "toneladas" e geralmente escondido. A minha compulsao é principalmente por comida.
Ja cheguei a comprar no açougue 4 bifes grandes, frita-los em casa e comer com uma panela de arroz.
Ja fiz coisas q tenho ate vergonha de contar e é claro q depois do "pecado" cometido eu trato de colocar todas as embalagens em sacos pretos de lixo e colocar na lixeira coletiva do predio p ninguem em casa saber o q eu comprei e comi.
Odeio isso.
Ja marquei psiquiatra mas so tem data p o meio de maio, entao ate la eu vou me virando, tentando nao comer tanto. Mas qndo bate o "desespero" so quero saber de comer o q vier pela frente.
É horrivel, mas como vc mesma diz, o importante é q a gente reconheceu q tem esse problema, ne?
Entao vamos a luta!
Bju p vc!

Beth disse...

Há ótimos médicos especialistas, para ajudá-la, e o suporte psicológico é importante também. É interessante tentar ver se você possui mesmo a compulsão, para aprender a lidar com ela do jeito adequado. Comer escondido, isso quem não fez um dia? Eu já fiz, no passado, ainda no primeiro casamento (nossa, estou falando de 30 anos atrás), sabia? O importante é não enganar a si mesma. Busque ajuda sim, vai dar tudo certo. Beijo.